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7 E 8 DE NOVEMBRO DE 2019

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QUANDO /

7 e 8 de novembro de 2019

ONDE /

CEHUS - UFPel

Pelotas/RS

I Encontro de Pesquisas Arqueológicas Invisibilizadas

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O I EPAI foi pensado a partir de uma iniciativa de estudantes com o objetivo de construir um espaço de equidade que dê visibilidade aos trabalhos desenvolvidos por nós. 

O sistema acadêmico atua como produtor de hierarquias sociais e, por estarmos inseridxs neste meio enquanto estudantes, nossas pesquisas são invisibilizadas. Com debates cada vez mais crescentes acerca de uma Arqueologia pensada de forma mais inclusiva, acreditamos que os espaços destinados à divulgação do conhecimento arqueológico deveriam construir-se enquanto espaços de inclusão e repensar como a prática acadêmica vem sendo abordada em eventos científicos de maior prestígio em relação ao discurso apresentado nos mesmos, uma vez em que este baseia-se em uma ideia de “simetria”. 

Afinal, de que adianta discutirmos “Arqueologia para quem?” sem refletir sobre as próprias pessoas que fazem Arqueologia? Como bem apontou Cabral em seu texto escrito juntamente com Reis (2018), as transformações no pensar e fazer arqueológico devem estar acompanhadas da mudança de quem pratica Arqueologia. Pois, se possuímos pouca diversidade na disciplina, nosso dever é contribuir para que estas mudanças de fato aconteçam. Precisamos nos perguntar por que temos um número pequeno de pessoas negras, transgêneras, indígenas, da periferia, entre outras, vindas de locais menos privilegiados, na Arqueologia. Entendemos, conforme Gayatri Spivak (2003), que grupos subalternizados tem o direito de se fazerem representar com suas próprias vozes e reivindicar suas próprias demandas em espaços como o meio acadêmico e científico. Além disso, o direito de manter suas identidades e pautas reconhecidas nestes locais devem ser respeitas, já que estas foram conquistas obtidas através de constantes lutas travadas contra o poder hegemônico. O não acolhimento de estudantes (marcadxs por gênero, classe, raça/etnia, e outras) nesses espaços diz muito sobre o quanto posturas de arqueólogxs podem ser colonizantes à medida que estxs, ao não pensar em suas posições de privilégio, definem quem pode falar e quem não pode.

Lembramos que invisibilizações em eventos de divulgação do conhecimento arqueológico são reforçadas por vários motivos. Aqui, citamos alguns:      

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  • Valores elevados para estudantes em geral;

  • Políticas de Ações Afirmativas não eficazes, na medida em que valores e modalidades não são condizentes com a realidade. Essas devem contemplar estudantes negrxs, indígenas, quilombolas, transgêneros, travestis e estudantes em vulnerabilidade socioeconômica e, também, com deficiência. Práticas que incluam todxs xs estudantes devem ser pensadas;

  • Associação obrigatória de estudantes, que implica no pagamento anual da taxa de associação, para apresentação de trabalhos e pesquisas em Simpósios e/ou GT’s.

 

Ademais, o não reconhecimento da legitimidade de muitas de nossas linhas de pesquisa, calcado em um ponto de vista arqueológico tradicional, também nos limitam nos espaços de divulgação do conhecimento acadêmico, sendo mais um exemplo de práticas excludentes. Não é à toa que a identidade visual escolhida é representada pela Medusa, uma vez que seu mito passa por processos de releituras nos quais a mesma deixa de ser vista como uma mulher histérica e má, tornando-se uma figura feminina que sofre as consequências de uma sociedade machista. Assim, utilizamos essa representação como escopo central de formulação do evento, pautada na inserção de estudantes (sem distinção hierárquica) enquanto protagonistas de suas próprias pesquisas, ideias e falas.

Pensando nisso, surgiu a ideia de promover um evento totalmente gratuito onde estudantes atuarão ativamente. Mesmo diante de toda pressão que esta comissão organizadora vem sofrendo para que o encontro não aconteça, enquanto estudantes de Arqueologia, seguimos defendendo a liberdade de expressão em busca de construirmos uma sociedade democrática. Nos posicionamos contra quaisquer práticas de repressão e silenciamento. Como bem salientamos, nosso evento visa privilegiar a pluralidade de vozes, e, para fortalecer esta iniciativa, contamos com seu apoio.

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BIBLIOGRAFIA

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REIS, José Alberione; CABRAL, Mariana Petry. PRECISAMOS FALAR SOBRE TEMPO, COSMOLOGIAS AMERÍNDIAS, ONTOLOGIAS E OUTRAS... MAS, O QUE É QUE A ARQUEOLOGIA TEM A VER COM ISSO? VESTÍGIOS - Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica, UFMG, vol. 12, no. 2, pág 31-50, jul - dez, 2018.

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SPIVAK, Gayatri. Puede hablar el subalterno? Revista Colombiana de Antropologia, v. 39, enero-deciembre 2003, p. 297-364.

CRONOGRAMA /

ATÉ 20/09 

PRAZO DE SUBMISSÃO DO RESUMO

ATÉ 20/10

PRAZO DE INSCRIÇÕES PARA OUVINTES

30/09 

DIVULGAÇÃO DOS RESUMOS APROVADOS

7 E 8/11 

ENCONTRO

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